AngústiA
Uma azia, dilacerante,
vagueava, ondulante,
em meu peito.
Consumia-me, aquela infeliz;
abrasava-me, qual lava vulcânica.
Eis, senão quando,
a azia abriu uma brecha,
em meu coração empedernido,
qual lança mortal.
Senti tremuras,
vorazes,
que me espicaçavam.
Aquela azia
- qual áspide bicéfala –
provocava em mim
um efeito nefasto.
Aquela ingrata
que usurpava, ilegalmente, o meu corpo
trazia-me escravizado,
amargurado,
doído,
angustiado.
Uma azia, dilacerante,
vagueava, ondulante,
em meu peito.
Consumia-me, aquela infeliz;
abrasava-me, qual lava vulcânica.
Eis, senão quando,
a azia abriu uma brecha,
em meu coração empedernido,
qual lança mortal.
Senti tremuras,
vorazes,
que me espicaçavam.
Aquela azia
- qual áspide bicéfala –
provocava em mim
um efeito nefasto.
Aquela ingrata
que usurpava, ilegalmente, o meu corpo
trazia-me escravizado,
amargurado,
doído,
angustiado.
(in Poder da Díctamo, José Amaral)
4 comentários:
parabéns Amral pelo teu poema ...
achei-o soberbo
beijinhos e bom fim de semana
Isabel
Obrigado, fico contente por teres gostado.
Bom fim-de-semana
Bjo
Belo poema, com um toque de «medicina». O sofrimento físico afecta o psíquico («amargurado, doido, angustiado»). Mas a inversa também é verdadeira: As preocupações e angústias perturbam o funcionamento físico. O ser vivo é complexo e interactivo. Daí o lema dos Jogos Olímpicos: Alma sã em corpo são.
Abraço
João
João
Obrigado pela análise que faz ao meu poema.
Abraço
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