terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Morreu o autor da banda sonora da Abelha Maia

O compositor checo Karel Svoboda, autor da banda sonora dos desenhos animados "Abelha Maia", morreu no domingo na sua residência, nos arredores de Praga. Svoboda, de 68 anos, terá disparado uma arma contra si mesmo, indicou um porta-voz policial do comissariado da Boémia Central "Examinámos o caso; parece tratar-se claramente de suicídio". Além de centenas de bandas sonoras para filmes, peças de teatro, musicais e séries de televisão, o músico compôs numerosas canções para o intérprete checo mais galardoado do século XX, Karel Gott. Karel Svoboda (Praga, 1938) começou por estudar estomatologia, mas acabou por escolher o mundo da música. Nos anos 50 e 60 foi membro da popular banda rock Mefisto e chegou a integrar o grupo dramático experimental da Lanterna Mágica e do Teatro Rokoko de Praga, onde estreou a sua primeira partitura para obra cénica.

Dos seus trabalhos para séries de TV, os que maior êxito alcançaram, além da "Abelha Maia", foram as bandas sonoras de "Circo Humberto", "Pinóquio" e "Tao Tao", entre outros.

in “Jornal de Notícias” (edição online), 30JAN07


Quem não se lembra de cantarolar o “Lá num país cheio de cor…”. Pois é esta abelhinha que nos entrava em casa sempre sorridente e marota. Quantos de nós sabíamos quem era o autor da banda sonora. Eu, confesso, não sabia. Foi pena o autor ter posto fim à vida desta forma tão trágica. Partiu o autor e fica a obra.

(José Amaral)

Não-violência


Mohandas Karamchand Gandhi, mais conhecido popularmente por Mahatma Gandhi ("Mahatma", do sânscrito "A Grande Alma") nasceu a 2 de Outubro de 1869, em Nova Deli, e foi assassinado a 30 de Janeiro de 1948. Foi um dos idealizadores e fundadores do moderno estado indiano e um influente defensor do princípio da não-agressão, forma não-violenta de protesto, como um meio de revolução.

Gandhi ajudou a libertar a Índia do governo britânico, inspirando outros povos coloniais a trabalhar pelas suas próprias independências. Frequentemente Gandhi afirmava a simplicidade de seus valores, derivados da crença tradicional hindu: verdade (satya) e não-violência (ahimsa).


in “Wikipédia” (adaptado)

sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

Centenário

A Escola ES/3 Prof. Dr. Flávio Pinto Resende, em Cinfães, comemora amanhã, 27 de Janeiro de 2007, o centenário do nascimento do seu patrono.

Flávio Ferreira Pinto Resende nasceu em Cinfães, no dia 27 de Janeiro de 1907. Era o mais velho de oito filhos de uma família humilde, que conjugou todos os esforços no sentido de permitir o acesso dos seus filhos à cultura. Assim, após a conclusão do curso liceal, ingressou no curso de Medicina, que veio a abandonar, devido à cadeira de Anatomia e que o levou a optar pelo curso de Ciências Naturais, que concluiu com 21 anos de idade.

Exerceu então a docência na Guarda e em Coimbra, onde trabalhou com o Professor/Investigador Aurélio Quintanilha, que o elegeu para ir para a Alemanha especializar-se em Citogenética, tendo-se doutorado em Hamburgo.

Regressou a Portugal e trabalhou na Faculdade de Ciências do Porto, primeiro, como assistente da cadeira de Botânica. A partir de 1943, passou a Professor Catedrático da Faculdade de Ciências de Lisboa, onde veio a exercer também as funções de Director da Secção de Botânica, Director do Instituto Botânico, do Jardim Botânico e Director e fundador do Instituto de Biologia da Fundação Gulbenkian.

Faleceu em Lisboa, no dia 1 de Janeiro de 1967, tendo legado, como especialista de Fisiologia Celular de Plantas, 85 publicações como autor único e 28 em colaboração com outros autores.

Das comemorações destaca-se a conferência “O Prof. Dr. Flávio F. Pinto Resende – O Homem, a Obra” pelos conferencistas Prof. Dr. Fernando Catarino e pela Dr.ª Ana Simões. Serão atribuídos os Prémios aos Alunos que integram os Quadros de Excelência e Valor da Escola. E será distribuída uma medalha comemorativa da Efeméride.

(José Amaral)

terça-feira, 23 de janeiro de 2007

Palavras

PalavraS


Palavras!?

Muitas há.

Há???

Há.

(...)


aromáticas,

cruéis,

imbecis,

meigas,

ordinárias,

pudicas,

sinceras,

sublimes...


(...)

Tantas há, que me falta

a capacidade de as enumerar.


Ah!

Já me olvidava:

Frontais/escondidas;

Verdadeiras/falsas;

Justas/injustas;

Cínicas/realistas;

Gratas/ingratas.


Palavras, palavras, palavras...


A estas, leva-as o vento.

Portanto deixemo-nos

de palavreado

e...

ponto final.


(José Amaral, in “Poder da Díctamo”)

segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

Mundo mais pobre


Morreu o abade Pierre, fundador da comunidade Emaús
O fundador da comunidade Emaús e uma das mais emblemáticas figuras da luta contra a pobreza, o francês abade Pierre, morreu esta madrugada, aos 94 anos de idade.
As homenagens e votos de pesar sucederam-se de imediato por toda a França, após a notícia da morte de Henri Antoine Groués — o nome de nascimento de Abbé Pierre, como era conhecido no país —, que estava internado com uma infecção pulmonar desde o dia 14.
O abade Pierre acabou por falecer no Hospital Val de Grâce, em Paris.
A notícia, avançada pelo presidente da Emaús em França, Martin Hirsch, foi logo comentada pelo Presidente francês, Jacques Chirac, que se confessou "consternado". Com a morte do abade Pierre, "é toda a França que é tocada no seu coração" pelo "imenso respeito e profunda afeição" que o país tinha por esta figura.
"Ele mostrou-nos a via da generosidade individual e colectiva, vai fazer falta a todos os franceses", declarou, por sua vez, o primeiro-ministro francês, Dominique de Vilepin.
O abade Pierre, que se iniciou na ordem dos franciscanos capuchinhos, usou os microfones da Rádio Luxemburgo em 1954, com alertas para recolha de apoio para salvar os mais pobres da morte certa.
O seu trabalho começou mais cedo, ainda durante a II Guerra Mundial, dedicando-se a salvar os perseguidos pelo nazismo. Organizou um grupo de resistência armada até ser preso, mas conseguiu fugir escondido num saco do correio, num avião para a Argélia.
Depois da guerra, voltou a Paris e foi eleito deputado da Assembleia Nacional, que deixou por protesto contra uma lei eleitoral que julgava injusta, em 1951. A partir daí dedicou-se inteiramente ao Movimento Emaús, que está hoje presente em mais de 40 países.
Emaús é o nome de uma localidade na Palestina onde, segundo a Bíblia, Jesus apareceu aos seus discípulos após a Ressurreição.


(in Público, edição online, 22JAN07)



O mundo fica mais pobre com a perda de Abbé Pierre. Homens como este (com Maiúscula) fazem sempre falta, mesmo que achemos que ninguém é insubstituível. Um homem de princípios e com um coração do tamanho do mundo.



(José Amaral)

sábado, 20 de janeiro de 2007

Adeus Poetisa

Morreu a poetisa Fiama Hasse Pais Brandão, aos 69 anos
A poetisa Fiama Hasse Pais Brandão morreu aos 69 anos, disse hoje à Lusa o editor da autora, que foi também dramaturga, ensaísta e tradutora.
O responsável da editora Assírio e Alvim, Manuel Rosa, não adiantou, para já, mais pormenores sobre o falecimento da autora.
Fiama Hasse Pais Brandão destacou-se sobretudo na poesia, constando da sua obra os títulos "O Aquário","Cantos do Canto", ou "Obra Breve".
Recebeu em 1957 o Prémio Adolfo Casais Monteiro pela obra "Em Cada Pedra Um Voo Imóvel".
Casada com o poeta Gastão Cruz, dedicou-se igualmente à escrita para teatro, tendo a sua primeira peça, "Os Chapéus de chuva", sido distinguida com o Prémio Revelação de Teatro, em 1961.
Traduziu Brecht, Artaud e Novalis, entre outros autores, e colaborou em revistas literárias, como Seara Nova, Cadernos do Meio-Dia, Brotéria, Vértice, Plano, Colóquio-Letras, Hífen, Relâmpago e Phala.
Ao nível do ensaio, escreveu, entre outros, "O Labirinto Camoniano e Outros Labirintos", sobre a influência cabalística em diversos autores portugueses dos séculos XVI a XVIII.
Algumas obras
Poesia: “Morfismos” (1961); “Barcas Novas” (1967); "Novas visões do passado” (1975); “Homenagem à literatura” (1976); “F de Fiama” (1986); “Três Rostos” (1989); “Movimento Perpétuo” (1992); “Epístolas e Memorandos” (1996); “Cenas Vivas” (2000); “As Fábulas” (2002). Teatro: “Os Chapéus de Chuva” (1961); “A Campanha” (1965); “Quem Move as Árvores” (1979); “Teatro-Teatro” (1990). Prosa: “Em Cada Pedra Um Voo Imóvel” (1958); “Movimento Perpétuo” (1991); “Sob o Olhar de Medeia” (1998); Ensaio: “O Labirinto Camoniano e Outros Labirintos” (1985).

(in Publico, edição online, 20JAN07)


Em homenagem a Fiama Hasse Pais Brandão aqui fica este belíssimo poema da sua autoria, publicado em “As fábulas”.


EM GALAFURA

Os povoadores da beira Douro

conhecem o pó e as pedras.

E sabem que o Universo

concebe cerejais e parras.

Vivem como vermes magníficos,

iluminados por dias soalheiros,

obscurecidos pelas invernias.


Hillary Clinton anuncia candidatura à presidência dos EUA Hillary Clinton juntou-se este sábado à lista de candidatos que querem chegar à Casa Branca nas próximas eleições presidenciais nos EUA, em 2008.
«É hora de renovar a promessa dos EUA», afirmou a senadora de Nova Iorque num vídeo publicado no seu site, no qual confirma que deu o primeiro passo na corrida presidencial, criando o que se conhece como «comité exploratório».

A esposa do ex-presidente Bill Clinton dirige-se a todos os americanos para que se unam a ela, «não só na campanha, mas numa conversa sobre o futuro do país» e sobre as mudanças que são necessárias para superar os fracassos da actual administração.

A ex-primeira dama afirma que, nos próximos dois anos, fará «tudo o que puder para limitar os danos que George W. Bush possa fazer, devolvendo a esperança e o optimismo à nação».

A notícia da candidatura democrata acontece apenas alguns dias depois do seu colega de partido, o senador Barack Obama, anunciar também a sua intenção de apresentar-se às primárias para a candidatura presidencial em 2008.

Outros democratas que também anunciaram as suas intenções presidenciais são o ex-senador e ex-candidato a vice-presidente John Edwards, o ex-governador de Iowa Tom Vilsack, o senador Chris Dodd e o congressista Dennis Kucinich.


(in Diário Digital, edição online, 20JAN07)


Acho que está na altura de os EUA darem uma reviravolta na sua História. Seria “o dois em um”. Por um lado seria a primeira Mulher-Presidente dos EUA e em segundo tomaria o lugar do pior Presidente (muito provavelmente) dos USA. Como a própria afirma “farei tudo o que puder para limitar os danos de Bush”. Já não é pouco…

Se eu fosse americano votaria, seguramente, nesta mulher que aprendi a admirar.


(José Amaral)

quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

Pai: Biológico vs Adoptivo


Nos últimos dias os “mass media” têm noticiado uma decisão do tribunal, que tem feito correr rios de tinta.
Um casal, durante quase cinco anos, criou uma criança como sendo filha. Proporcionou-lhe o que o pai biológico não fez. O povo diz que “parir é dor e criar é amor”. Foi o que fez este casal.
De repente, apareceu o pai biológico que se tinha desobrigado das suas responsabilidades. Vem requerer o poder paternal e diz que quer ser pai a tempo inteiro. E nestes anos onde estava o pai biológico quando foi preciso alimentar, levar ao médico, vestir… a criança?
Agora o tribunal (recompensando o pai biológico em 30 mil euros) devolve-lhe o poder paternal. O pai adoptivo, pensando na FELICIDADE da criança, não a devolve e por isso é preso por seis anos, acusado de rapto.
A justiça cumpriu o seu dever (“dura lex, sed lex” – é dura a lei, mas é a lei) não está em causa. O que está em causa é a LEI que parece não ser a mesma para tantas e tantas situações: casos que se arrastam nos tribunais, prazos que expiram…
Há cinco/seis anos li um livro, “Uma criança chamada «coisa»” de Dave Pelzer, que conta a história de uma criança maltratada. Quase todos os dias crianças, no nosso país, são maltratadas. Muitas esperam (culpa da burocracia) anos e anos até serem adoptadas. Esta criança é forçada a abandonar o “paraíso” pelo “limbo” e a ir viver com um homem que não conhece. Vai iniciar uma vida nova!
Será esta a melhor solução? Errar é humano, mas emendar a mão é sinal de inteligência. Esta criança merece que a lei seja revista, porque cada caso é um caso e a lei foi feita para o homem e não o homem para a lei.

José Amaral

terça-feira, 16 de janeiro de 2007

Grande Humorista

José Eugénio Soares, mais conhecido por Jô Soares, nasceu no Rio de Janeiro a 16 de Janeiro de 1938. É um dos maiores humoristas que o Brasil já teve, e é também apresentador de televisão. Além do trabalho como actor, dedica-se à literatura e, mais recentemente, retomou seu trabalho como director de peças teatrais.
Filho do diplomata paraibano Orlando Heitor Soares e de Mercedes Leal Soares, Jô queria, quando criança, ser diplomata como o pai. Estudou em colégios internos do Rio de Janeiro e da Suíça com esse objectivo, mas percebeu que seu senso de humor apurado e sua criatividade nata seriam desperdiçados nessa área.
Enquanto escritor escreveu os romances O Xangô de Baker Street, O Homem que Matou Getúlio Vargas e Assassinatos na Academia Brasileira de Letras. O Xangô de Baker Street fez grande sucesso nacional e internacional, sendo ainda transformado em filme. Nestas obras, verifica-se o género literário histórico-cómico-policial, na linha preconizada por Rubem Fonseca, crítico construtivo da produção literária de Jô Soares, o que se depreende das dedicatórias constantes nos referidos trabalhos.

(in Wikipédia, adaptado)

quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

Mistério...


Agatha Mary Clarissa Christie nasceu em Torquay, a 15 de Setembro de 1890 e faleceu em Wallingford, a 12 de Janeiro de 1976. Romancista policial britânica foi autora de mais de oitenta livros. Criou as famosas personagens Hercule Poirot, Miss Marple, Tommy e Tuppence Beresford e Mr. Quin.
Agatha começou a escrever sob influência da mãe, que a incentivou a criar um conto, enquanto Agatha estava com uma forte constipação e de cama. Ela chegou a duvidar da sua capacidade, mas conseguiu. Continuou a escrever, encorajada por Eden Phillpotts, um teatrólogo amigo da família. Quando já era famosa, disse que durante muitos anos se divertiu escrevendo histórias melancólicas em que a maioria dos personagens morria.
O primeiro romance de Agatha Christie, O Misterioso Caso de Styles, foi escrito no final da Primeira Guerra Mundial, durante a qual ela trabalhou como enfermeira. Nele criou Hercule Poirot, o pequeno detective belga que mais tarde se tornaria a personagem de crimes de ficção mais popular desde Sherlock Holmes.
Agatha Christie tornou-se Dama da Ordem do Império Britânico em 1971.

(in Wikipédia, adaptado)

segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

Músicos Portugueses


Luísa Rosa de Aguiar, conhecida como Luísa Todi, nasceu em Setúbal a 9 de Janeiro de 1753 e faleceu em Lisboa a 1 de Outubro de 1833.
Luísa Todi foi a meio-soprano portuguesa mais célebre de todos os tempos. Luísa começou pelo teatro musicado aos catorze anos, no Teatro do Bairro Alto em "Tartufo", de
Molière.
Casou, em 1769 com o violinista napolitano e seu grande admirador, Francesco Saverio Todi que lhe deu o apelido e a fez aprender canto com o compositor David Perez, muito conceituado e mestre de capela da corte portuguesa. Ao marido deveu o aperfeiçoamento e a dimensão internacional que a levariam a todas as cortes da Europa, como cantora lírica.
Estreou-se em 1771 na corte portuguesa de D. Maria I e cantou no Porto entre 1772 e 1777 quando partiu para Londres para actuar no King's Theatre, sem particular aplauso por parte dos ingleses.
Em 1799 terminou a sua carreira em
Nápoles.
Regressou a Portugal e cantou ainda no Porto, em 1801 onde enviuvou em 1803. Viveu naquela cidade, onde viria a perder as suas famosas jóias no trágico acidente da Ponte das Barcas, por ocasião da fuga das invasões francesas em Portugal, pelos exércitos de Napoleão, em 1809.
Viveu em Lisboa de 1811 até ao final da vida, consta que com algumas dificuldades e cega.

(in Wikipédia, adaptado)

sábado, 6 de janeiro de 2007

Contraste


Uma chuva miudinha

asperge a vidraça.


Um porto rubicundo

contrasta com o dourado

das folhas de tília

na relva do jardim.


Ajoelhada aos pés da cruz

- mãos postas -

recusa-se a erguer os olhos

(já que aquele filho,

que traz no ventre,

não chegará a ver

a luz do dia),

poisque a serenidade

do crucificado

contrasta com a raiva

sufocada no peito

daquela que fora violada.


(José Amaral in “Outonalidades” – Papiro Editora 2006)

quarta-feira, 3 de janeiro de 2007

A TLEBS em 2007 - Opinião

Não resisti à tentação de publicar na íntegra este excelente artigo de opinião de Vasco Graça Moura (escritor), intitulado «A TLEBS em 2007», que saiu hoje na edição do “Diário de Notícias”.

Palavras para quê!

“Nos últimos meses de 2006 ficou amplamente demonstrado que a TLEBS [Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário] é um crime contra a língua portuguesa e contra o ensino e a aprendizagem dela. Fala-se muito da estratégia de Lisboa, da formação e da melhoria das qualificações dos estudantes portugueses, com vista a uma maior competitividade no espaço europeu. Mas, com a TLEBS, ficando em risco uma correcta aprendizagem da língua, em risco fica também a das outras disciplinas, nomeadamente das científicas, e todas aquelas excelentes intenções virão a transformar-se em letra morta. Sem falar, porque disso já muito se falou, nos prejuízos advenientes para a cooperação na área do ensino com os outros países de língua portuguesa, para a harmonização terminológica com o sistema brasileiro, para o ensino do português a estrangeiros.
No nosso sistema de ensino, as situações de desigualdade inaceitável crescerão como cogumelos. O regime experimental consagrado deixa a sua aplicação, em grande medida, dependente do critério dos professores. Ora a adesão, e mesmo a simples compreensão das novas regras, por parte dos professores, criam um universo de enorme heterogeneidade de comportamentos, de ritmos variáveis de aplicação, de processos de manuseamento desajustados e de metodologias equívocas de ensino. De maneira que, em termos de avaliação ou exame dos aproveitamentos escolares no fim de cada ano lectivo, não poderá haver critérios-padrão. E, sendo assim, os alunos serão colocados ante situações de clamorosa injustiça que corresponderão a uma efectiva desigualdade perante a Lei. O sarilho será de uma extensão e de uma complicação indescritíveis. Nenhum tribunal a que os pais dos prejudicados recorram poderá ignorá-lo.
Não se percebe por que razão o Ministério da Educação não suspendeu ainda a aplicação da TLEBS. Sabe-se que há a intenção de organizar uma conferência sobre o assunto. Mas uma conferência, podendo talvez fornecer perspectivas de enquadramento úteis, não resolve questões especializadas. Uma terminologia gramatical deve ser estabelecida por especialistas que sejam capazes de assumir por ela a responsabilidade.
Foi assim em 1967, com o Prof. Paiva Boléo a fazer o anteprojecto e, depois, a presidir à comissão que fixou a nomenclatura gramatical.
O Ministério da Educação deveria nomear já uma comissão de peritos, de reconhecida competência e de orientação científica diferente daquela que inspirou a TLEBS, conferindo-lhe o mandato de rever e corrigir a terminologia e de apresentar um anteprojecto no mais curto espaço de tempo. Enquanto esse resultado não for atingido (e não o será sem surgirem novas gramáticas, como salientou João de Andrade Peres), a única solução coerente será repor provisoriamente a vigência da nomenclatura de 1967.
Faço notar que atacar a incompetência que os serviços do Ministério revelaram em tudo isto não é atacar ou desprestigiar as vozes ou o trabalho científico muito respeitáveis de figuras universitárias que parece defenderem a TLEBS, por muito que a sua intervenção venha dando lugar a discordâncias.
É certo que essas vozes académicas, revelando nisso algum autismo, vêem menos a realidade do que a consagração na TLEBS, bem que defeituosa, descoordenada e atabalhoada, das suas próprias teorias científicas, o que poderá deixá-las pouco à vontade na matéria. Mas, bem vistas as coisas, o que elas defendem, no fundo, é a necessidade de revisão da nomenclatura de 1967, não propriamente o inconcebível instrumento aprovado pela Portaria n.º 1488/2004 e a que este Governo já voltou, coonestando-o, pela Portaria n.º 1147/ /2005, de 8 de Novembro. Porque esse instrumento, como se vê das entrelinhas de quanto essas mesmas personalidades têm dito e escrito, não é satisfatório enquanto tal, mas sim um esboço de sistema in progress que carece ainda de ser testado e revisto.
Quando um produto é perigoso para a saúde pública, logo as autoridades o mandam retirar da circulação e venda. A situação é parecida. A TLEBS é um composto de alta perigosidade para a "saúde pública" escolar, como já foi demonstrado de inúmeras maneiras, no plano científico, no plano jurídico, no plano pedagógico e no plano prático. Por muito que isso custe ao Governo, a solução está à vista e não há mais nenhuma. E é o interesse nacional mais abrangente que está em jogo.
O pior cego é aquele que não quer ver. Em política, e muito especial em política de educação, isso paga-se muito caro”.

(José Amaral)

terça-feira, 2 de janeiro de 2007


2007 começou e há que dar os parabéns...
Entrou o novo ano e com ele novos aumentos: luz, portagens, água, transportes públicos... Parabéns ao governo que continua a entrar-nos nos bolsos.
Entrou o novo ano e ouvimos o Sr. Presidente da República a fazer o discurso de Ano Novo... Parabéns pelo discurso (já tardava este puxão de orelhas ao executivo).
Entrou o novo ano e continua uma miséria a nossa televisão. São poucos os programas que se aproveitam. Hoje 02JAN07 depois do telejornal mais um programa do Contra-Informação. O título do episódio de hoje era "Escolhas a Martelo". Espectacular, de fino humor e muito bem conseguido... Parabéns a todos aqueles que fazem este programa. Em jeito vicentino "ridendo castigat mores" este programa ajuda-nos a esquecer as agruras da vida e a olhar o futuro com um sorriso nos lábios, pois "rir é o melhor remédio".
Entrou o novo ano e votos de um Bom 2007 a todos.

José Amaral