sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

Viva o Novo Ano














O Ano de 2006 está a chegar ao fim e com ele mais uma página do livro da nossa existência se fecha.
Muitos foram os acontecimentos quer a nível nacional quer a nível mundial que deixaram a sua marca neste ano. Guerras, eleições, julgamentos, inundações, apito dourado, casa pia, mundial de futebol, mundial de triatlo, etc, etc... Poderia eleger muitos, mas não o faço, pois, de uma forma ou de outra, todos eles marcaram (pela positiva ou pela negativa) este ano.
Como diz o povo na sua sabedoria popular "Rei morto, rei posto". Não vale a pena ficar a carpir este ano que termina. Agora há que dar loas ao novo ano que se aproxima.
Que o novo ano seja próspero, cheio de saúde e de paz no mundo, são os votos do AD LITTERAM.
VIVA 2007...

(José Amaral)

quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

FELIZ NATAL...


Este é o primeiro Natal do AD LITTERAM! Este blog vai fazer umas pequenas férias. Vai aproveitar para festejar o Natal com os seus, procurar fazer a Paz e ser Solidário o quanto puder. Não quer, porém, ir de férias sem desejar a todos - e foram muitos - os que passaram pelo blog um SANTO E FELIZ NATAL. Também a todos os meus amigos e familiares votos sinceros de uma quadra natalícia cheia de coisas boas.
Que este tempo seja altura para parar e para olhar aqueles que, à nossa volta, vivem do frio da rua, da miséria, da pobreza, da guerra e da... solidão.
(José Amaral)

Como se diz

Aqui ficam algumas maneiras de dizer Feliz Natal, em diferentes línguas:

Alemão – Frohe Weihnachten
Castelhano - Feliz Navidad
Eslovaco - Vesele Vianoce
Esloveno - Srecen Bozic
Filipino - Maligayang Pasko
Finlandês - Hauskaa Joulua
Francês - Joyeux Noël
Grego - Eftihismena Christougenna
Hebreu (Israel) - Mo’adim Lesimkha
Hindu (Índia) - Shub Christu Jayanti
Italiano - Buon Natale
Norueguês - Gledelig Jul
Polaco - Boze Narodzenie
Português - Feliz Natal
Romeno - Sarbatori vesele
Russo - Hristos Razdajetsja
Samoês - Manuia Le Kirisimasi
Servo-croata - Sretan Bozic
Sueco - God Jul
Tailandês - Ewadee Pe-e Mai
Turco - Yeni yiliniz kutlu olsun
Ucraniano - Veseloho Vam Rizdva

Está a chegar...


O Natal é a festividade que comemora o nascimento de Jesus Cristo. Segundo os crentes, o nascimento de Jesus Cristo estava já previsto no Antigo Testamento. Era o aparecimento do Messias. A data convencionada para a sua celebração foi o dia 25 de Dezembro, pela Igreja Católica Romana e.
É um acontecimento religioso e socialmente muito importante para as religiões cristãs. É encarado universalmente como o dia consagrado à reunião da Família, à Paz, à Fraternidade e à Solidariedade entre os homens.

(José Amaral)

Solstício de Inverno

Em astronomia, solstício é o momento em que o Sol, durante seu movimento aparente na esfera celeste, atinge o seu maior afastamento, em latitude, do equador. Os solstícios ocorrem duas vezes por ano: em 21 de Dezembro e em 21 de Junho. O Solstício de Inverno é o momento em que a Terra está naquele ponto da sua órbita onde um dos pólos da Terra está mais afastado do Sol. O solstício de Inverno é o primeiro dia de Inverno.
Hoje é o dia mais curto do ano e hoje começa o Inverno. Embora o frio já se faça sentir há algum tempo, só hoje é que começa o tempo da chuva e do frio.

(José Amaral)

segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

Bem-Vindo



















Já por várias vezes deixei aqui o convite: Visite Viseu. Nesta época festiva vale mesmo a pena visitar esta bela cidade. As imagens ilustram as belíssimas iluminações que embelezam as ruas da cidade. Não precisa de fazer nenhum esforço para visitar Viseu. Faça-se à estrada, com todos os cuidados, e venha fazer uma visita e deliciar-se com as belezas desta cidade. Bom Natal.

José Amaral

Nunca é Demais


Nunca é demais...
No dia 1 de Dezembro comemorámos o Dia Mundial da Sida. Na Escola Secundária Prof. Dr. Flávio Pinto Resende - Cinfães o dia foi comemorado em grande. Das muitas actividades destaca-se o logotipo e o cordão humanos. Só agora me chegaram fotografias desse dia. Aqui fica uma para que conste e para que a prevenção não fique por um só dia.

José Amaral

sexta-feira, 15 de dezembro de 2006

Conto de Natal

«FELIZMENTE HÁ NATAL»


A todas as crianças de Timor
Lorosae : “Feliz Natal...”


A ilha acordou bocejante. Uma acalmia desértica atravessava a ilha. Era véspera de Natal! As pessoas tinham, contudo, medo de pisar o crocodilo não fosse, espicaçado, rugir qual leão das estepes africanas. A guerra terminara, é vero, mas as pessoas ainda receavam – não fosse o diabo tecê-las – que houvesse um volte-face.
Na rua surgiam, como cogumelos vindos de nenhures, as cabecitas das criancitas; os seus olhos, enormes, pareciam candeias a iluminar uma noite escura e fria. Nas palhotas de colmo, luzes ténues tornavam o ambiente mais acolhedor. De entre todas as palhotas, a da Santíssima Trindade – nome dado àquela família por associação, poisque o pai era José, a mãe Maria e o filho Jesus – sobressaía. À porta um capão de porte imponente, com um esporão que assustava o mais afoito dos destemidos, servia de guarda. No quarto/cozinha/sala o menino, sentado numa manta de retalhos, escrevia uma carta ao Pai-Natal.
O Pai-Natal deste petiz era diferente do dos outros meninos – o vermelho do fato simbolizava o sangue derramado pelos timorenses; o branco das barbas era o símbolo da Paz.
Na sua carta, Jesus, pedia algo simples: “Peço-te, Pai-Natal, que dês um Natal aos meninos timorenses em que as prendas não sejam armas, balas..., em que os foguetes não sejam minas, granadas..., em que os Pais-Natal não sejam tropas vestidas com camuflados”.
O menino ficara na sala, de castigo, já que tinha saído de casa sem autorização de Maria, sua mãe. Naquele tempo era proibido sair de casa, ou melhor, não era aconselhável. O menino, porém, tinha ido buscar um balde de barro.
Após ter terminado a carta iniciou, empenhadamente, uma nova, mas não menos árdua tarefa. Moldava, com o barro, pombas. Foi essa a sua lida durante a noite. Assi, sem que desse por isso, adormeceu paulatinamente.
O dia 25 de Dezembro raiou, estranhamente ao habitual, melodioso. No ar ouvia-se a “Noite Feliz”, o “Adeste Fidelis”... A harmonia percorria a ilha. A vontade do menino nesse dia de Natal era ser o primeiro a testemunhar o nascer do dia. Queria ser o primeiro a gritar, a plenos pulmões: «Gloria in excelsis Deo». O sonho traíra-o. Quando acordou, estremunhado, apercebeu-se que já festejavam o primeiro Natal, em Paz, em Timor Lorosae. Então, pegou nas pombas e multiplicou-as; deu-lhes uma pigmentação esbranquiçada; alfim soprou-lhes nas cabecitas o sopro da vida e, num gesto libertador, deixou-as esvoaçar por sobre o seu País.
O sino repicou! As pessoas, céleres, dirigiram-se para a Igreja para celebrar a Missa da Natividade...


José Amaral


{Este pequeno conto foi publicado no “Jornal de Nisa” – N.º47, Dezembro de 1999}

segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

Primeira distinção atribuída

Poeta português José Bento vence Prémio Luso-Espanhol de Arte e Cultura

O 1º Prémio Luso-Espanhol de Arte e Cultura foi hoje atribuído ao poeta e tradutor português José Bento. O anúncio do nome do vencedor foi feito ao início da tarde, em Lisboa e em Madrid, por responsáveis dos respectivos ministérios da Cultura.
Natural de Pardilhó, Aveiro, José Bento, de 74 anos, formou-se em Contabilidade, mas foi na escrita e na tradução que se notabilizou, com destaque para a recente tradução de "D. Quixote de La Mancha", de Cervantes, editado pela Relógio d'Agua.Foi com este trabalho que José Bento recebeu, no ano passado, o Grande Prémio de Tradução do Pen Clube Português, ex-aequo com Miguel Serras Pereira, autor de outra tradução da obra magna de Cervantes.Entre os autores que José Bento traduziu contam-se Federico García Lorca, Pablo Neruda, Unamuno, Juan Ramón Jiménez, Ortega y Gasset, Jorge Luis Borges, María Zambrano, Octavio Paz, Ignacio Martínez de Pisón e Calderón de la Barca. Organizou ainda várias as antologias de poesia espanhola.O prémio anunciado hoje, no valor de 75 mil euros, junta-se a outras distinções atribuídas por Portugal e por Espanha.Em 1991 foi condecorado pelo Rei Juan Carlos de Espanha com a medalha de ouro de Belas Artes e no ano seguinte foi distinguido com a Ordem do Infante D. Henrique pelo então presidente da República Mário Soares.Em 1992 recebeu ainda os prémios Pen Clube Português e D. Dinis da Fundação Casa de Mateus pela obra "Silabário", editado pela Relógio d´Água, que condensa toda a sua obra poética até então.Além de "Silabário" (1992), a sua obra integra outros títulos como "Adagietto" (1990), "Sequência de Bilbau" (1978), ou "Rimas" (1994).O Prémio Luso-Espanhol de Arte e Cultura, atribuído hoje pela primeira vez, pretende distinguir "um autor, pensador, criador ou interprete" que tenha "contribuído significativamente para o reforço dos laços entre os dois países".Este ano, o júri foi composto por seis personalidades: José Saramago, Álvaro Siza Vieira e José Adriano de Carvalho (indicadas por Portugal) e Clara Janês, José Luís Borao e Carlos Hernandéz Pezzi (indicadas por Espanha).José Bento manifestou-se satisfeito com a distinção, mas disse que o galardão, não irá alterar a sua vida. "Vou continuar a trabalhar. Há tanta coisa que gostaria ainda de traduzir", disse.

in “Público” 11DEZ06 (edição online)

Está a chegar

Natal

Leio o teu nome

Na página da noite:
Menino Deus... E fico a meditar
No milagre dobrado
De ser Deus e menino.
Em Deus não acredito.
Mas de ti como posso duvidar?
Todos os dias nascem
Meninos pobres em currais de gado.
Crianças que são ânsias alargadas
De horizontes pequenos,
Humanas alvoradas...
A divindade é o menos.


Miguel Torga


Poema de Natal

Para isso fomos feitos:

Para lembrar e ser lembrados

Para chorar e fazer chorar

Para enterrar os nossos mortos

—Por isso temos braços longos para os adeuses

Mãos para colher o que foi dado

Dedos para cavar a terra.

Assim será nossa vida:

Uma tarde sempre a esquecer

Uma estrela a se apagar na treva

Um caminho entre dois túmulos

—Por isso precisamos velar

Falar baixo, pisar leve, ver

A noite dormir em silêncio.

Não há muito o que dizer:

Uma canção sobre um berço

Um verso, talvez de amor

Uma prece por quem se vai

—Mas que essa hora não esqueça

E por ela os nossos corações

Se deixem, graves e simples.

Pois para isso fomos feitos:

Para a esperança no milagre

Para a participação da poesia

Para ver a face da morte

—De repente nunca mais esperaremos...

Hoje a noite é jovem; da morte, apenas

Nascemos, imensamente.


Vinicius de Moraes

domingo, 10 de dezembro de 2006

Feira do Livro & Multimédia - Livraria ABC

Hoje 10 de Dezembro, dia da Declaração Universal dos Direitos do Homem, tive a oportunidade de participar numa sessão de autógrafos em Santa Maria da Feira, para promover o meu livro “Outonalidades”.
A convite da Papiro Editora participei na Feira do Livro & Multimédia (que já vai na décima edição) promovida pela Livraria ABC – do simpático Artur Dias – no Orfeão de Santa Maria da Feira. Esta feira começou a 25 de Novembro e prolonga-se até 24 de Dezembro. De entre as novidades destaca-se o encontro com autores convidados. Saliente-se que todos os livros estão à venda com um desconto de 20%.
No belo espaço do Orfeão e com a simpatia dos promotores da Feira foi possível ver muitas pessoas a comprarem alguns livros.
Tive o grato prazer de autografar os livros antes de um outro autor da Papiro, Enrico-Maria Parodi, que também autografou o seu livro “Onde Mora o destino” e a quem desejo os maiores sucessos.
Faço votos para que a Feira corra bem aos promotores, na pessoa do Artur Dias, e aproveito para deixar aqui o endereço do sítio da sua livraria:
http://www.livrariaabc.com/contactos.php. Faça uma visita, vai ver que não se arrepende.
Presente também, como visitante, esteve um artista plástico - Armando Rosendo - que tem obra exposta no Centro Comercial Brasília. Com uma afabilidade respeitável deixou-me o seu cartão de visita. Nele tinha o endereço da sua página na net (http://www.armandorosendo.com/) onde pude deslumbrar-me com a sua obra. Parabéns amigo Armando.

(José Amaral)

sábado, 9 de dezembro de 2006

É Já Amanhã

No dia 10 de Dezembro de 1948, no Palácio Chaillot, em Paris, a Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) votou a Declaração Universal dos Direitos do Homem.
O texto de trinta artigos, nota-se que foi visivelmente decalcado na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, proclamado em Versalhes pelos revolucionários de 1789 e que serviria de exórdio à Constituição Francesa de 1791. Neste texto asseguravam-se a liberdade e igualdade de direitos, a equidade perante a lei, a condenação de detenções arbitrárias, a presunção da inocência até à prova em contrário, a liberdade de expressão e pensamento, a igualdade entre o homem e a mulher, liberdade de culto, de reunião e de associação, acrescendo pioneiramente regalias várias de carácter social.
Após duas ferozes carnificinas com milhões de mortos e brutais destruições – de 1914 a 1918 (I Guerra mundial) e de 1939 a 1945 (II Guerra mundial) – fracassada a Sociedade das Nações, foi tempo de erguer uma nova ordem internacional.
Mas passados cinquenta e oito anos, a tortura, a prisão e a morte pelos chamados delitos de opinião, o racismo e outras formas de exclusão permanecem como algumas das não erradicadas pragas.
Para aqueles que assim o desejarem aqui deixo o endereço de dois sítios que podem ser consultados:
http://www.amnistia-internacional.pt/ e http://afilosofia.no.sapo.pt/DirHumanos.htm

(José Amaral)

quinta-feira, 7 de dezembro de 2006

Feriado

A Imaculada Conceição é uma festa litúrgica, da Igreja Católica, que se celebra a 8 de Dezembro.
Esta festa surge fruto de um dogma da Igreja que foi definido no século XIX, após longa história de reflexão e de amadurecimento. Maria é imaculada, pois nasceu sem mácula.
Imaculada Conceição de Maria significa que a Virgem Maria foi preservada do pecado original desde o primeiro instante de sua existência. Nasceu na zona da Palestina. Maria era filha de São Joaquim e de Santa Ana.
A maternidade divina de Maria é base e origem de sua Imaculada Conceição. A razão de Maria ser preservada do pecado original reside em sua vocação: ser Mãe de Jesus Cristo, o Filho de Deus que assumiu a natureza humana.

(José Amaral)

Perdidamente

Florbela Espanca, baptizada com o nome Flor Bela de Alma da Conceição nasceu em Vila Viçosa, a 8 de Dezembro de 1894 e morreu em Matosinhos, a 8 de Dezembro de 1930. Registe-se a particularidade de ter nascido e morrido no mesmo dia.
Poetisa portuguesa, foi precursora do movimento feminista em Portugal. A sua vida foi tumultuada, inquieta, transformando seus sofrimentos íntimos em poesia da mais alta qualidade, carregada de erotização e feminilidade.
Em 1903 Florbela Espanca escreveu a primeira poesia de que temos conhecimento, A Vida e a Morte. Casou-se no dia de seu aniversário em 1913, com Alberto Moutinho.
Sofreu um aborto involuntário em 1919, ano em que publicaria o Livro de Mágoas. É nessa época que Florbela começa a apresentar sintomas mais sérios de desequilíbrio mental. Em 1921 separou-se de Alberto Moutinho, passando a encarar o preconceito social decorrente disso. No ano seguinte casou-se pela segunda vez, com António Guimarães.
O Livro de Sóror Saudade é publicado em 1923. Florbela sofreu novo aborto, e seu marido pediu o divórcio. Em 1925 casou-se pela terceira vez, com Mário Lage. A morte do irmão, Apeles (num acidente de avião), abala-a gravemente e inspira-a para a escrita de As Máscaras do Destino.
Tentou o suicídio por duas vezes em Outubro e Novembro de 1930, às vésperas da publicação de sua obra-prima, Charneca em Flor. Após o diagnóstico de um edema pulmonar, suicida-se no dia do seu aniversário, 8 de Dezembro de 1930. Charneca em Flor viria a ser publicado em Janeiro de 1931.


(Texto adaptado – Wikipédia)



Florbela Espanca escreveu um soneto que ficou conhecido, depois de os Trovante (grupo musical português) o terem musicado. Todos nós já traulitámos esta música, muitos talvez sem saberem quem é a autora da letra. Aqui fica o poema de Florbela Espanca:


Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!

terça-feira, 5 de dezembro de 2006

Joaquim Soeiro Pereira Gomes nasceu em Gestaçô (concelho de Baião), a 14 de Abril de 1909 (um irmão meu nasceu no mesmo dia, mas não no mesmo ano) e faleceu em Lisboa, a 5 de Dezembro de 1949. Foi um dos maiores nomes do neo-realismo literário em Portugal. A sua obra revela uma sensibilidade social muito grande, que se reflectiu no seu trabalho, onde está sempre presente a denúncia das desigualdades e das injustiças.
Soeiro era filho de agricultores e decidiu estudar na Escola de Agronomia em Coimbra, onde tirou o curso de Regente Agrícola. Concluído o curso viajou para Angola onde trabalhou por mais de um ano. Quando regressou a Portugal, estabeleceu-se em Alhandra como empregado administrativo na fábrica de cimentos.
O facto de ser escritor é que o tornou conhecido, sendo considerado o nome maior do realismo socialista em Portugal.
Entre os seus trabalhos conta-se a obra “Esteiros”, publicada em 1941, considerada a sua obra-prima, ilustrada na sua primeira edição por Álvaro Cunhal, secretário-geral do PCP, e dedicada "aos filhos dos homens que nunca foram meninos". É uma obra de profunda denúncia da injustiça e da miséria social, que conta a história de um grupo de crianças que desde cedo abandona a escola para trabalhar numa fábrica de tijolos.

(Texto adaptado)

Esta obra, em tudo actual, revela-nos essa faceta triste das crianças que nunca tiveram oportunidade em sê-lo. Também hoje muitas crianças, talvez por outros motivos, abandonam a escola, mas infelizmente – na maioria dos casos – enveredam por outros caminhos. Naquela altura as crianças queriam andar na escola e não podiam, hoje encontram na sociedade outros atractivos que as afastam do lugar do saber. É pena!

José Amaral

segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

Foi há 26 anos

Francisco Manuel Lumbrales de Sá Carneiro nasceu no Porto, a 19 de Julho de 1934 e faleceu em Camarate, a 4 de Dezembro de 1980. Fundador e líder do Partido Popular Democrático / Partido Social-Democrata, e ainda primeiro-ministro de Portugal, durante cerca de onze meses, no ano de 1980.
Sá carneiro era Advogado de profissão e foi eleito pelas listas da Acção Nacional Popular, o partido único do regime salazarista, para a Assembleia Nacional, o parlamento fantoche do regime, convertendo-se em líder da Ala Liberal, onde desenvolveu diversas iniciativas tendentes à gradual transformação da ditadura numa democracia típica da Europa Ocidental. Colaborou com Mota Amaral na elaboração de um projecto de revisão constitucional, apresentado em 1970. Não tendo alcançado os objectivos aos quais se propusera, viria a resignar ao cargo de deputado com outros membros da Ala Liberal, entre os quais Francisco Pinto Balsemão.
Em Maio de 1974, após a Revolução dos Cravos, Sá Carneiro fundou o Partido Popular Democrata (PPD), entretanto redesignado Partido Social-Democrata (PSD), juntamente com Francisco Pinto Balsemão e José Magalhães Mota. Torna-se o primeiro Secretário-Geral do novo partido.
Em finais de 1979, criou a Aliança Democrática, uma coligação entre o seu PPD/PSD, o Centro Democrático Social-Partido Popular de Diogo Freitas do Amaral, o Partido Popular Monárquico de Gonçalo Ribeiro-Telles, e alguns independentes). A coligação vence as eleições legislativas desse ano com maioria absoluta. Dispondo de uma ampla maioria a apoiá-lo (a maior coligação governamental até então desde o 25 de Abril), foi chamado pelo Presidente da República Ramalho Eanes para liderar o novo executivo, tendo sido nomeado Primeiro-Ministro a 3 de Janeiro de 1980, sucedendo assim a Maria de Lurdes Pintasilgo.
Francisco Sá Carneiro faleceu na noite de 4 de Dezembro de 1980, em circunstâncias trágicas e nunca completamente esclarecidas, quando o avião no qual seguia se despenhou em Camarate, pouco depois da descolagem do aeroporto de Lisboa, quando se dirigia ao Porto para participar num comício de apoio ao candidato presidencial da coligação, o General António Soares Carneiro. Juntamente com ele faleceu o Ministro da Defesa, o democrata-cristão Adelino Amaro da Costa, bem como a sua companheira Snu Abecassis, para além de assessores, piloto e co-piloto.
Nesse mesmo dia, Sá Carneiro gravara uma mensagem de tempo de antena onde exortava ao voto no candidato apoiado pela AD, ameaçando mesmo demitir-se caso Soares Carneiro perdesse as eleições (o que viria de facto a suceder três dias mais tarde, sendo assim o General Eanes reeleito para o seu segundo mandato presidencial). Dada a sua trágica morte, pode-se muito bem especular sobre se teria ou não demitido em função dos acontecimentos subsequentes...
Vinte e cinco anos depois dos acontecimentos, contudo, continuam-se a existir duas teses relativas à sua morte: a de acidente (eventualmente motivado por negligência na manutenção de um avião que não era novo), ou a de atentado (nesse último caso, desconhecendo-se quem o perpetrara e contra quem teria sido ao certo - Sá Carneiro ou Amaro da Costa).

(in wikipédia, texto adaptado)